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moda & estilo

De Audrey Hepburn a Wandinha: como e por que a cor preta é um clássico

2 de março de 2023 | 0

A cor preta faz parte da história da moda muito mais do que você imagina. Utilizado por rainhas e celebridades, em looks assinados por grandes nomes, este tom esteve presente em momentos épicos. Confira!

O ano era 1961 e o filme “Bonequinha de Luxo” estreava com a atriz Audrey Hepburn como personagem principal. A icônica Holly chamou atenção de todos pelas suas escolhas de figurino e posicionamento. 

Afinal, enquanto a atriz se tornava um sex symbol para os homens da época, as mulheres saíram do cinema com a certeza de que o vestido preto merecia um lugar no seu guarda-roupa. 

Mais de 60 anos se passaram e, no dia 23 de novembro de 2022, a Netflix apresentava “Wandinha”, a nova série do streaming assinada por Tim Burton. O diretor ressuscitou esta personagem tão icônica e nos mostrou que não importa quando tempo passe: algumas coisas são atemporais, inclusive o simbolismo de um vestido preto. 

Entre Holly e Wandinha, existem diversos outros acontecimentos que comprovam que a cor preta é um clássico no cinema, na história, na política e na moda. Quer ver? Então vamos lá!  

Do luto ao luxo: a cor preta como parte da história 

Acompanhe a nossa linha do tempo e entenda como as roupas pretas foram ressignificadas com o passar dos anos. 

1861: o longo luto da Rainha Vitória

Após perder o marido, em 1861, a Rainha Vitória, da Inglaterra, assumiu um luto de quatro décadas como forma de mostrar suas condolências ao marido. O período só foi interrompido pela sua morte, em 1901, que consolidou a tendência da cor preta como um estilo fúnebre e que logo se popularizou até nas camadas mais populares. 

Então, se você se pergunta por que o preto é intimamente ligado ao luto, saiba que é graças a uma esposa devota e apaixonada pelo seu querido marido. <3 

Foto: Getty Images l Rainha Vitória da Inglaterra.

1884: a indecência de Madame X 

Foto: Getty Images l Madame, de John Singer Sargent (1884).

 

Em 1884, Amélie Gautreau, que era amante da moda e das tendências francesas, posou para o pintor John Singer Sargent usando um vestido preto sensual que causou um grande alvoroço – já que ela era uma mulher casada.  

 O quadro foi exposto em Paris e extremamente ridicularizado pela sociedade, tornando-se um escândalo internacional. Por conta da má repercussão, a modelo nunca mais pisou nos Estados Unidos. E imagina se vissem os vestidinhos que usamos hoje? Socorro! 

Mas, como uma grande reviravolta, a obra, hoje, é uma das principais atrações do Metropolitan Museum of Art, de Nova York, e inspirou, em junho de 1999, um editorial da Vogue americana estrelando ninguém menos que Nicole Kidman como musa do fotógrafo Steven Meisel. 

 

 

1926: a ousadia de Coco Chanel 

Apesar de não ter criado o primeiro vestido preto, Coco Chanel é considerada a “mãe” dessa tendência, mas por outros motivos. Ela é responsável por estimular e provocar as mulheres a usarem o preto como um manifesto de liberdade e modernidade! 

Se antes as mulheres eram repudiadas por usar um pretinho básico, após a presença marcante de Coco, elas puderam se sentir orgulhosas e encorajadas a apostar nesta cor. 

Foto: Vestido ”Ford”, de Coco Chanel.

1946: a sensualidade de Rita Hayworth 

Com a atriz, o vestido preto conseguiu assumir um lugar que já era seu por direito: o da sensualidade! 

Quando Rita Hayworth protagonizou Gilda (1946) e performou a “Put The Blame on Mame”, vestindo uma criação de Jean Louis, a atriz levou o público à loucura com sua sensualidade que não era nem um pouco vulgar. 

O vestido preto foi considerado um “case de sucesso”, já que a atriz realizou a cena perfeitamente sem nunca ter provado o vestido antes. 

1961: o tubinho de Audrey Hepburn

Até hoje, quando pensamos em Audrey, lembramos logo dela com piteira na mão e usando um tubinho preto. E, embora a atriz tenha feito outros diversos filmes de sucesso, “Bonequinha de Luxo” tem um lugar especial no coração dos telespectadores.  

Isso porque foi o estilista Hubert de Givenchy que desenhou o tão falado vestido que virou uma febre entre as mulheres, tornando este modelo um clássico! Givenchy continuou assinando exclusivamente os looks, nas produções que Audrey atuava, criando peças que estão entre as mais lembradas da história do cinema e tornando a atriz um ícone de estilo. 

O tubinho preto de Audrey Hepburn, em Bonequinha de Luxo | Foto: arquivo

 1994: a elegância da Princesa Diana 

A Princesa levou a frase “vestida para matar” a sério e, em junho de 1994, apareceu bem basiquinha, com um modelo assinado pela estilista Christina Stambolian e inspirado no balé “O Lago dos Cisnes” (1875). Isso tudo na mesma noite em que seu ex-marido, o príncipe Charles, confessou adultério em rede nacional.  

Graças ao contexto e pelo visual sexy, a peça foi batizada de “vestido da vingança”. E que vingança, hein, Diana? 

Princesa Diana com o “vestido vingança”, de Christina Stambolian.

2009: a referência de Michelle Obama 

A ex-primeira dama quebrou os protocolos ao posar para seu primeiro retrato oficial na Casa Branca com um vestido preto Michael Kors, sem mangas. Foi um momento histórico tanto na política quanto na moda americana, já que era uma tradição entre as esposas dos presidentes evitar esta cor e deixar os braços à mostra. 

2021, a representatividade de Beyoncé 

Ora, ora se não é a Bey fazendo história de novo! A cantora foi a primeira mulher negra a usar o diamante Tiffany, estrelando a campanha “About Love”, da marca Tiffany & Co. Ao lado dela, estava o marido Jay-Z, com as artes do incrível Basquiat como background. Nossa, que time! 

E, claro, como um glorioso retorno de quem sempre esteve aqui, o tubinho preto aparece marcando esse momento lendário, desta vez criado por Balmain e inspirado no clássico filme “Bonequinha de Luxo”. 

Beyoncé com look Balmain na campanha “About Love” da Tiffany & Co. (Foto: Divulgação)

2021, a realeza de Rihanna 

Ainda no mesmo ano, Riri roubou a cena ao lado do amado no Met Gala daquele ano. Sua chegada foi, como sempre, um espetáculo! Isso porque, além de ser a primeira aparição em público com o seu atual marido, A$AP Rocky, seu look Balenciaga não deixou a desejar. 

 

2023: a personalidade de Wandinha 

A gata mais trevosa da Família Adams está de volta e, com ela, a cor clássica que nunca sai de moda! Da Rainha Vitória até Wandinha, mais de 150 anos se passaram e o preto continua em alta, mais do que nunca. 

A atriz Jenna Ortega, que deu vida à personagem, chamou a atenção das fashionistas pelas escolhas dos seus looks que, apesar de ficarem na mesma cartela de cores, são variados e vão de moletons e jeans até terninhos e camisas sociais. 

A personagem atual de Tim Burton trouxe de volta a era gótica. A cor preta está de volta como um elemento mais pesado, devido às composições das peças e maquiagens, e nos lembra que não importa a nossa idade ou quanto tempo passe: o preto é sempre uma boa escolha!

Veja também: Séries que não são sobre moda, mas que poderiam ser

Ufa! Que viagem no tempo! Amamos ver como este tom esteve presente em momentos tão importantes na história, na cultura e na moda. Se tínhamos alguma dúvida do porquê a cor preta era um clássico, ver como este tom fez parte de tantas narrativas nos fazer entender um pouquinho sobre sua grandiosidade. 

E você, já sabia que a cor preta tinha sido presente em tantos momentos assim? Compartilhe com a gente nos comentários. 


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