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Existiu um tempo em que a moda básica – também chamada de “basiquinha” pelo nosso linguajar intimista brasileiro – foi sinônimo de simplista, neutra e nada fashion. Muitas marcas tinham suas linhas neste estilo, com aquelas roupas de “usar em casa”. 

Acontece que, de um tempo para cá, a moda básica deixou de ser aquela coleção sem informação de moda e graça e, agora, é encarada como um forte segmento dentro de uma marca. Até mesmo o seu nome, por exemplo, tem aparecido ressignificado, vindo como: essencial, conforto, entre outros.

Sustentabilidade x Minimalismo 

Se formos procurar a origem da tendência, ela será facilmente revelada. Na real, é um caminho bem óbvio, que fala bastante sobre o retorno à simplicidade e o desaceleramento que o mundo vem buscando nos últimos anos. A começar pelo apego ao minimalismo, que, nas últimas temporadas de moda, tem sido uma tendência robusta, incentivado pela busca de identidade que vai além da roupa que você está vestindo. 

As pessoas não estão mais interessadas somente na marca em si. O valor agregado à peça está para além da etiqueta. O consumidor não quer ser visto como um mero manequim sem alma dentro de uma roupa grifada. Além de ser visto como uma pessoa com estilo, ele quer ser reconhecido também pela sua unicidade. 

Outra parte importante dessa alta do básico é a sustentabilidade, onde é muito mais certeiro apostar em uma coleção minimalista que pode ser produzida com um algodão responsável ou com menos impacto ambiental, do que em uma linha cuja produção exija mais uso de materiais nada ecológicos.  

Esse movimento tem atraído cada vez mais consumidores, dos novos aos antigos, que começaram a repensar no consumo consciente. Na hora escolher a marca, esse pensa além da sua logomarca, vê também o processo que trouxe a peça até suas mãos. 

Fast Fashion Sustentável, por que não? 

A Renner, por exemplo, marca parceira do movimento Sou de Algodão, começou a apostar em produtos menos impactantes ambientalmente e vem utilizando algodão responsável em suas produções. E, dentre vários projetos que buscam fazer roupas de forma mais consciente, a marca aposta no selo Re – Moda Responsável como carro-chefe.

O selo traz uma pegada ecológica na produção da sua linha de básicos que, além de serem feitos com matérias-primas e processos menos impactantes, têm toda uma inclinação estilosa com informação de moda bem incisiva. Os produtos não aparecem mais como meros básicos do dia a dia, mas sim, como peças hypes com bastante identidade. 

Esse passo da Renner é uma ótima oportunidade de estudo de caso, onde uma marca do segmento fast fashion se dispõe a repensar seus meios de produção a fim de se responsabilizar socialmente com a própria essência da cadeia de produção. Parece contraditório uma rede fast fashion pensando em sustentabilidade, mas aqui a gente vê que é possível, basta se empenhar. 

Soul Básico (até no nome)

Outra marca que tem feito um trabalho bem interessante na moda básica é a Soul Básico. Os caras, que são adeptos do slow fashion, têm uma filosofia de produção transparente e, aparentemente, honesta.  

A ideia por trás da marca é ter uma produção cuidadosa e com o menor impacto ambiental possível, preocupando-se com cada etapa do processo de confecção. Mas, como eles mesmos dizem: “sem hipocrisia, afinal, produzimos e vendemos roupas, mas acreditamos verdadeiramente que é possível contribuir e construir algo maior com leveza além de uma peça.” 

A marca sabe fazer muito bem peças básicas com estilo. Suas produções traduzem bem a identidade fashion minimalista atual com composições fluidas, ousadas e cheias de detalhes incríveis que faz você questionar a concepção de básico. 

O básico e seus aliados nas ruas 

Quando vemos as apostas de marcas e coleções básicas nas lojas, podemos até questionar a sua funcionalidade na hora de compor os looks “para sair”, mas é exatamente nesse momento que vemos florescer a identidade de cada produto. As peças básicas, quando usadas pelos fashionistas, se mostram como telas brancas prontas para serem preenchidas com estilo. 

E o que as destacam são exatamente os detalhes que as complementam: os acessórios. Com a ajuda dos acessórios certos, a composição dos looks pode fazer as peças se destacarem bem mais do que qualquer outro look trabalhado com estampas e texturas. 

E a aposta em acessórios é mais ampla do que parece. Uma das estratégias mais usadas são os combos de colares, pulseiras e anéis, que dão aquele destaque no look com estilo e sofisticação.  

As extremidades do corpo também devem ser exploradas, combinando bem o look com opções estilosas de calçados, chapéus e, claro, bolsas.