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A cor do ano de 2023: o que ela diz sobre nós e o mundo?

5 de outubro de 2022 | 3

A escolha da cor do ano não é aleatória, ela atende um desejo de um inconsciente coletivo e representa o sentimento de uma época. Saiba qual é, quem a determina e o que significa.
 

Todo ano, uma prática acontece na indústria criativa: a seleção da cor do ano, que dará o tom, literalmente, para as criações do segmento da moda, decoração, beleza e lifestyle. Mas o que muito se pergunta é “como essa escolha acontece? De forma aleatória? Por um gosto pessoal de um grupo dominante?” Não.  

A escolha da cor do ano é feita por meio do sentimento que impera no espírito de uma época, o chamado zeitgeist. O desejo de um inconsciente coletivo, que se manifesta de diferentes formas no comportamento de grupos sociais, é sondado, analisado e compreendido até se transformar em um produto, serviço ou, até mesmo, cor. 

O estudo das tendências de comportamento se compromete em analisar e decifrar, por meio de muita observação e métodos multidisciplinares, os desejos do consumidor diante de uma época. E é nesta interpretação de sinais que as empresas mapeiam o comportamento do consumidor e trazem para ele produtos que atendam seus anseios.  

Como sabemos, os objetos carregam valores simbólicos e significados, indo além da funcionalidade. Portanto, é nesta articulação na construção da produção de sentido que as mercadorias ganham valores intangíveis. E, não diferente, a cor do ano atende a essa dimensão estética de reverberar sentido para quem deseja consumir algum tipo de emoção ou benefício afetivo.  

Reptília (esq.) e Marisa (dir.), marcas parceiras Sou de Algodão | Fotos: divulgação

A cor do ano 2023: Digital Lavender 

Após dois anos de caos, incertezas, inseguranças e medo, não seria diferente que a cor do ano de 2023, ano que promete ser a estabilidade pós-pandemia, fosse algo que respondesse a tudo que foi vivido.  

Logo, para o próximo ano, a cor eleita foi a Digital Lavender. Um tom lilás, de toque leve e calmante, que tem como justificativa a busca pelo equilíbrio e um certo tipo de calma e tranquilidade. Se antes tudo estava nebuloso, sem tanta visibilidade ou esperança de futuro, agora a vida tende a entrar no eixo da (ou tentativa!) estabilidade. É a época do otimismo que se renova e do ar que ganha frescor e possibilidade de respiros – após um período de tanto sufoco.  

Digital Lavender também está presente nos materiais de artesanato | Foto: Círculo

Olhar para a cor lavanda dá a sensação de calmaria imediata e quase um deleite possível num cotidiano tão rígido. Isso sem contar que a cor roxa está ligada à espiritualidade, à restauração e conexão da imaterialidade com o físico. 

Por isso, observar a cor escolhida do ano é entender muito mais sobre sentimentos coletivos do que apenas sobre produtos que estarão à disposição nas prateleiras. Claro que depois dos desejos vêm o consumo, mas há muito sobre nós nas tendências de comportamento de consumo, acredite! 

Quem escolhe a cor do ano? 

Essa é uma pergunta que sempre surge por quem não é da indústria criativa. Vale explicar que há birôs de tendências de comportamento de consumo de moda, beleza e lifestyle que têm como objetivo decifrarem o zeitgeist e interpretarem-no para diferentes aplicações de produtos e categorias.  

A WGSN e a Coloro, por exemplo, pertencem ao mesmo grupo e atuam de forma complementar. A WGSN é responsável pelo mapeamento de macro tendências enquanto a Coloro, especificamente, por cores. Ou seja: essas empresas entendem o que há de comum no inconsciente coletivo do consumidor e traduzem esses desejos em direcionamento de produtos e/ou serviços. Há sempre uma peça ou uma cor que podem responder de forma simbólica aos desejos de um consumidor que é bem estudado. 


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