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moda & estilo

Moda e isolamento social, o que mais temos a dizer depois de tantos dias?

3 de agosto de 2020 | 0

O que de fato aprendemos, experimentamos e vivemos com a moda durante a pandemia?

Começo esta coluna com mais de 4 meses em isolamento, com a pandemia mudando o nosso cotidiano e o o nosso guarda-roupa. Sim, aqui em São Paulo a flexibilização começou há algum tempo, mas, particularmente, não consigo sair à rua como antes. Por aqui, seguimos de home office, EAD, roupas confortáveis e com saídas necessárias.

Todo esse tempo em casa fez com que a maioria de nós vivesse muitas fases em relação à moda, até mesmo reduzindo-a a apenas “roupa”. Logo de início, o comfort wear, que tem o algodão como seu grande aliado, pareceu uma urgência. Não só para consumidores, mas para as marcas que passaram a trazer este conceito para as suas criações de forma acelerada. Porém, as inúmeras reuniões online nos tornaram metade comfort, metade look profissional necessário.

REPENSANDO O GUARDA-ROUPA NO ISOLAMENTO SOCIAL

Esse mix de necessidades traz uma forma nova de visitarmos o nosso guarda-roupa, repensando combinações e fazendo experimentações que possibilitam mais formas de uso das roupas e a expansão da forma que cada um se vê.

Experimentar é o que se tornou a terceira fase. Usamos a moda como uma companhia para matar o tédio e a necessidade de novas roupas do momento e, além de recriar a partir de nossos próprios looks, passamos a customizar. Recorta daqui, pinta dali, ajusta de cá… E nossas roupas ganham novos cortes e o tie dye está de volta aos nossos guarda-roupas! Porém, isso tudo vem acompanhado daquela sensação de importância para a nossa saúde mental e pelo relacionamento sério com nosso novo vestuário de “eu que fiz”.

Enquanto buscávamos soluções dentro da rotina de isolamento, as marcas seguiam nas tendências criadas pela audiência. Vivemos um momento em que a tendência não vem da rua para marca, mas da audiência digital para a marca. Inteligentes foram aquelas que prestaram atenção à sua audiência e entraram nesta conversa.

Tecidos sustentáveis da EcoSimple, parceria Sou de Algodão | Foto: divulgação

O QUE PODEMOS ESPERAR DAS PRÓXIMAS FASES?

“A moda deve durar, deve ser emocional, deve ter lembranças, deve ter significado e pensar que precisamos reavaliar – todos nós que trabalhamos nesse setor – a melhor maneira de apresentar isso”, afirma Anna Wintour – editora-chefe da Vogue América.

Muito tem se discutido sobre o futuro da moda e várias tendências se apresentam desde o primeiro dia da pandemia. Sem dúvida é um exercício e os estilistas estão buscando se tornar mais relevantes para este momento que o mundo enfrenta, porque a moda é o retrato do tempo em que vivemos, e isso é extremamente desafiador em um momento como o de uma pandemia.

A percepção que ganhamos nessa rotina de isolamento social de viver com o essencial, de forma confortável e com o que faz bem ao nosso emocional, faz com que os estilistas necessitem ter a sensibilidade de traduzir essas características em suas coleções. Para isso, é preciso usar sempre o bom senso para não transformar uma obrigatoriedade em tendência – em especial os equipamentos de proteção individual (EPI). É fundamental o cuidado ao transformar necessidades em produto.

Pijama em casa se tornou look mais do que comum em tempos de pandemia | Pijama Mensageiro dos Sonhos | Foto: divulgação

De forma mais prática, nas tendências terão aquelas que seguirão na necessidade de segurança e vão defender roupas que protejam mais, outras que buscarão manter a experiência do conforto no cotidiano. Haverá aquela ainda que compreende que tanto tempo isolado trouxe uma vontade represada de montação e aquela outra do essencial que defende que os consumidores irão optar por peças mais duradouras e atemporais. Tem também aquelas marcas  que apostam no consumo sustentável como fator decisivo de compra.

Por isso, preciso relembrar o que já sabemos: somos plurais. Então, por mais que existam correntes de tendências, pode ser que todas elas encontrem seu espaço… em uma só pessoa! E talvez essa seja a forma que, acredito, irei fazer: usar conforto com proteção, em um revisitar da minha montação, com peças mais duráveis e marcas que buscam cada vez mais ser sustentáveis.

E nesse mix de tendências, cabe às marcas ficarem muito atentas ao comportamento do consumidor, que tem tudo para colocar em prática o relacionamento com a moda de descoberta, experimentação e decisões essenciais que vivenciaram neste isolamento.


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