Brasil aumenta participação no total de algodão licenciado pela BCI no mundo
País responde por 1/3 de toda a fibra chancelada pela ONG suíça, referência global em licenciamento de algodão sustentável
Líder mundial em produção de algodão licenciado sustentável pela Better Cotton Initiative (BCI), o Brasil aumentou de 31%, em 2018, para 36% em 2019, sua participação no montante de fibra chancelada pela ONG Suíça. O país vem ganhando posições desde 2013, quando o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), passou a operar em benchmark com a BCI, com protocolos unificados. Atualmente, 1/3 de toda a pluma BCI, que circula no mercado global, saiu de lavouras brasileiras.
Em segundo lugar está o Paquistão, com 16,1% do volume mundial, seguido da China, em terceiro lugar, com 15,9% do market share global. Os Estados Unidos, principal concorrente em exportações de algodão do Brasil, está na sexta colocação, com pouco mais de 300 mil toneladas de pluma licenciada BCI, o correspondente a 5,5% de todo o algodão sustentável.
“Certamente esse será um grande diferencial para o algodão brasileiro acessar novos mercados e manter os atuais, em um momento tão desafiador quanto ao que o mundo está atravessando, principalmente no setor do algodão”, diz o presidente da Abrapa, Milton Garbugio.
PARCERIA HISTÓRICA
Essa união entre as iniciativas no país, teve início em 2013. Desde a operação referenciada (benchmark), o produtor que adere ao ABR pode, automaticamente, optar por ser, também, licenciado pela BCI. A adesão aos programas é voluntária, e, ao fazê-la, o cotonicultor se compromete a cumprir um rígido protocolo.
São 224 itens a serem atendidos, só na fase de verificação para diagnóstico que antecede a certificação. Depois, outros 178 para a finalização do processo, que culmina com a expedição do certificado e a consequente emissão dos selos. Esse último número corresponde à soma dos indicadores de sustentabilidade do programa ABR, que são 153, com as 25 exigências da BCI.
São oito os critérios observados: contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas, liberdade de associação sindical, proibição de discriminação de pessoas, segurança, saúde ocupacional, e meio ambiente do trabalho, desempenho ambiental e boas práticas agrícolas.
O ABR, assim como a BCI, tem como fundamento o incremento progressivo das boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas unidades produtivas de algodão. Elas se lastreiam nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico.
Confira as diferenças entre o algodão orgânico e o algodão sustentável.
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