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saúde & bem estar

Máscaras de algodão: as melhores opções caseiras para proteção

23 de abril de 2020 | 1

Estudos indicam que máscaras de algodão apresentaram melhor eficácia na contenção de micropartículasVeja onde comprar e como fazer a sua. 

 

Diante da pandemia do novo Coronavírus, cientistas, profissionais da saúde e pesquisadores estão unidos para compreender melhor o comportamento do vírus e, assim, estabelecer diretrizes seguras para frear o contágio. E uma notícia específica nos encheu de orgulho e esperança recentemente. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai CETIQT)  divulgou, no último dia 9, que as máscaras caseiras de tecido de algodão são as mais eficientes barreiras para micropartículas. 

O bom desempenho da máscara de algodão acontece porque as fibras do tecido funcionam como uma efetiva barreira de proteção para o usuário. Elas filtram aproximadamente 50% das partículas de tamanho semelhante ao Sars-Cov-2, oferecendo maior conforto respirabilidade 

O relatório do Senai CETIQT também usa como base uma pesquisa da Universidade de Cambridge que avalia a proteção e absorção de materiais domésticos em relação às partículas contaminantes. De acordo com este estudo, os melhores desempenhos foram dos seguintes itens que levam algodão em sua composição: 

  • a sacola do aspirador de pó (95%) 
  • o pano de prato (83%) 
  • tecido da camisa mista com algodão (74%) 
  • camisa 100% de algodão (69%) 

No relatório do CETIQT foram divulgados também modelos para produção industrial, com medidas apropriadas e indicações de corte. O manual pode ser baixado aquiO relatório completo também está disponível para download gratuito aqui.

De acordo com os pesquisadores de Cambridge, outros materiais de algodão como fronhas, camisetas e echarpes também mostraram eficácia na contenção de partículas. Veja no gráfico abaixo com os dados da universidade do Reino Unido.  

Além do CETIQT, o Núcleo de Estudo da Saúde do Trabalhador da Universidade Estadual de Londrina (Nuestuel) também atestaram a eficácia do algodão em máscaras caseiras. O estudo tem o objetivo de difundir a importância destes acessórios para a população em geral.   

Segundo os pesquisadores da UEL, os filamentos estão muito próximos uns dos outros e esse detalhe faz com que esse tipo de tecido seja efetivo na prevenção da contaminação por Covid-19. 

Comparação de eficiência entre máscaras profissionais e caseiras feitas de diferentes itens. De cima para baixo: máscara cirúrgica; saco de aspirador de pó; pano de prato; camiseta mista de algodão; fronha antimicrobiana; linho; fronha normal; seda; camiseta 100% algodão; echarpe | Fonte: www.varsoyhealthcare.com 

 

MÁSCARAS DE ALGODÃO SÃO PROTEÇÃO PARA QUANDO PRECISAR SAIR DE CASA 

Além da constatação de eficiência das opções para fazer o acessório com materiais do cotidiano, a máscara cirúrgica – equipamento não caseiro – ainda foi considerada a melhor barreira de proteção, capturando 97% das bactérias de 1 mícron no teste inicial. 

Entretanto, como o Coronavírus tem apenas 0,1 mícron (dez vezes menor que as partículas usadas no primeiro estudo), o teste foi refeito com partículas de Bacteriófago MS2, que é 5 vezes menor que o Coronavírus 

Ilustração referente aos tamanhos de um vírus com uma micropartícula do tamanho de um grão de poeira |Fonte: www.smartairfilters.com

Mesmo sem um estudo científico conclusivo sobre a eficácia do algodão, ele é considerado uma barreira efetiva para partículas que podem se espalhar ao falar, tossir ou respirarO ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, antes de deixar o cargo, afirmou que as máscaras caseiras de algodão são uma excelente forma caseira de evitar a contaminação. E que, no entanto, as máscaras cirúrgicas deverão ser utilizadas exclusivamente por profissionais da saúde em ambiente hospitalar.  

As máscaras caseiras de algodão devem ser utilizadas quando for necessário pegar transporte público, ir ao supermercado, à farmácia, ou estar com outras pessoas no mesmo ambiente.  

DIFERENTES MÁSCARAS, DIFERENTES EFICÁCIAS 

Como apresentado no estudo do Senai CETIQT, as máscaras de algodão são opções caseiras, para uso da população em situações cotidianas. Por isso, é preciso lavar o acessório a cada uso e prezar pela higiene já recomendada com alimentos, compras e recebimento de encomendas. A máscara é apenas uma parte dos cuidados que você deve tomar ao longo do dia, ok? Por isso, continue em casa se puder, evite aglomerações e cuide da sua saúde e de seus familiares.  

De acordo com Fabiane Fernandes de Oliveira, consultora técnica responsável pelo relatório do CETIQT, as máscaras de algodão são reutilizáveis e têm mais resistência às lavagens e ao ferro de passar, procedimentos necessários de higienização do produto para o reuso. Por conta do algodão ser extremamente resistente, a máscara não será deformada ou perderá suas características.  

Fabiane ainda lista os 5 benefícios principais do tecido de algodão nas máscaras caseiras: 

1- Fácil transpiração; 

2- Não causa hipersensibilidades; 

3- Sensação térmica confortável (devido a fácil transpiração); 

4- Sensação tátil confortável (toque macio); 

5- Durabilidade (fíbra resistente a lavagens e a alta temperatura do ferro de 

passar). 

Veja na figura abaixo, usada no relatório do CETIQT, os diferentes tipos de máscaras e suas eficácias.  

Gráfico mostra eficiência das diferentes máscaras disponíveis no mercado: da esquerda para a direita: N95; Máscara Cirúrgica; Máscara FFP1; Máscara de carvão ativado; máscara de tecidos de algodão; máscara de esponja. Itens avaliados na proteção: contaminação por vírus, bactéria, poeira e pólen. Fonte: Varsoy Healthcare

 

Mesmo não tendo a mesma eficácia que as máscaras de uso profissional, as máscaras de algodão também são as opções mais indicadas pelos médicos para uso cotidiano. “O ideal é deixar as máscaras cirúrgicas descartáveis para uso dos profissionais da área da saúde e a população pode usar máscaras de tecido. O uso destas máscaras protege as outras pessoas e se todos usarem estaremos protegendo uns aos outros”, explica a médica infectologia e coordenadora do Serviço de Controle de Infecção HospitalarIrene Habe. 

COMO FAZER A SUA MÁSCARA DE ALGODÃO 

As máscaras caseiras de algodão são opções democráticas e simples para você se proteger nesta época de pandemia. O estilista Jorge Feitosa, parceiro Sou de Algodão, disponibilizou um molde para quem deseja costurar o seu próprio acessório. CLIQUE AQUI.

Além disso, em seu Instagram, Jorge também estimula artesãos a produzirem máscaras para doação em suas comunidades e dá diretrizes para o uso correto e seguro do item. 

Jorge Feitosa ensina a fazer sua própria máscara de tecido | Instagram 

 

UMA NOVA APOSTA NA MODA 

As máscaras já se tornaram acessório comum na Ásia por conta de epidemias anteriores. A partir da precaução e do cuidado do povo asiático, a máscara também ocupou seu lugar no universo da moda e passou a ser um item “fashionable”.  

Marcas como Louis Vuitton, ChannelLevi’s, Gucci e Fendi já apostaram no acessório como objeto de desejo e ganharam a chancela de celebridades ao redor do mundo. Essa matéria do New York Times explica bem sobre este fenômeno. 

Aparentemente, esta será uma tendência ao redor do mundo durante e após a pandemia do Coronavirus. Aqui no Brasil, não deverá ser diferente. Por ora, indústria têxtil ainda tenta entender a nova perspectiva de consumo e tem colocado a prevenção à frente do desejo de compra.  

Muitas marcas parceiras do movimento Sou de Algodão estão se dedicando à fabricação e comercialização de máscaras de tecido. Além disso, muitas se uniram em ações solidárias para doar os acessórios a quem precisa, como contamos neste artigo.

Máscaras de algodão produzidas e doadas pela Mon Petit, em Goiás | Foto: Instagram Amor em Ação

 

E hoje, listamos abaixo todas as nossas marcas parceiras da área têxtil e apoiadores que estão fabricando, comercializando ou doando máscaras feitas com algodão brasileiro. Além de se proteger, você também colabora com a sustentabilidade do meio ambiente e de toda uma cadeia produtiva que precisa manter empregos e seu capital humano. 

Confira: 

Canatiba – Santa Bárbara D’Oeste/SP 

Junto com outras empresas, a Canatiba doou metros de tecido e fabricou 50 mil máscaras que foram doadas. Além disso, está comercializando tecidos com preço subsidiado para outras empresas que querem produzir máscaras. 

Capricórnio Têxtil – Bragança Paulista/SP 

Foi a doadora de tecido para o Instituto ITI, para a fabricação de máscaras e vestimentas hospitalares 

Casa Charllô – Viçosa/MG

A marca passou a comercializar máscaras de algodão super charmosas.  

Cataguases – Cataguases/MG 

Além de doar metros de tecido para hospitais e a prefeitura de Cataguases, está mobilizando a confecção e estruturou uma página para a venda corporativa de máscaras destinadas a empresas.  

Estamparia Social – São Paulo/SP

Dedicou-se ao reaproveitamento de matéria prima de um evento que foi cancelado, para produção de calças para moradores de rua e máscaras 

Fluory – Ribeirão Preto/SP 

Reaproveita retalhos da produção das roupas infantis para produzir máscaras que estão sendo doadas para a Prefeitura de Ribeirão Preto. 

G.Vallone – São Paulo/SP 

Lançaram uma campanha: a cada 10 metros de tecido comprado, a marca envia 1 metro a mais para que o cliente/confecção possa costurar e doar máscaras.

Ideia Crua – São Paulo/SP 

Está produzindo e comercializando kits com 4 máscaras de tecido 100% algodão, garantindo renda de seus colaboradores. A cada kit vendido, a marca doa 2 máscaras descartáveis para a comunidade carente da periferia da Zona Leste de São Paulo. 

Instituto ITI – Itabira/MG  

Está produzindo 40 mil máscaras para doar para a Prefeitura de Itabira.

Isaac Silva – São Paulo/SP 

Produziu e doou máscaras para pessoas trans em situação de risco social. 

Jolitex Denim – Americana/SP 

Doou metros de tecidos para ONG’s e hospitais da região de Americana. 

Jorge Feitosa – São Paulo/SP  

Criou uma máscara usando técnica de modelagem moulage, desenhou molde e disponibilizou um tutorial em vídeo para que todos possam produzir suas próprias unidades.   

Kamylus – Jaraguá do Sul/SC 

Estão comercializando máscaras de tecido, com 10% das vendas sendo revertidos em máscaras para crianas de instituições carentes da cidade.  

Marina Abdala – Ribeirão Preto/SP 

Com tecidos doados, o ateliê já produziu e doou quase mil máscaras.  

Marlan – Guaramirim/SC 

Com o apoio de outas empresas parceiras, a Marlan produziu 3 mil máscaras que serão distribuídas para profissionais de segurança pública, colaboradores e comunidade. 

Mon Petit – Goiânia/GO 

A marca de pijamas entregou 100 máscaras de tecidos para serem distribuídas a famílias carentes através do projeto Amor em Ação. 

Ong Orientavida – Potim/SP 

Está produzindo e comercializando máscaras de tecido em tamanhos adulto e infantil. 

Portal Ecoera  

Um dos apoios institucionais do movimento Sou de Algodão já mobilizou mais de 100 empresas pela confecção e doação de máscaras de tecido. Ação ainda está aberta para novos parceiros. Inscrições aqui. 

Santanense – Belo Horizonte/MG 

Doou tecido para o Instituto ITI para a fabricação de máscaras e vestimentas hospitalares e destinou tecidos para seus clientes da indústria da confecção para manter o funcionamento e a geração de renda nessas empresas.

Santista Jeanswear – São Paulo/SP 

Produziu 70 mil máscaras e 5 mil roupahospitalares para 5 instituições das cidades onde a marca tem unidades industriais e escritório: 4 em São Paulo e 1 em Americana/SP.

Urbano Têxtil – Nova Trento/SC 

Vicunha – São Paulo/SP 

Doou os EPIs que seriam usados por seus funcionários às instituições de saúde da cidade onde estão sediadas suas plantas. São 27 mil EPIs para as secretarias de saúde do CE e RN. Veja mais sobre a ação. 

Um Milhão de Máscaras – Belo Horizonte/MG 

A iniciativa quer ajudar Minas Gerais a superar as dificuldades. Com apoio do governo do estado e da UEMG, a Ecomaterioteca mobilizou a indústria têxtil para a produção de máscaras.

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Veja mais links confiáveis para saber mais sobre a eficácia das máscaras de algodão: 

G1Guia definitivo das máscaras caseiras 

Estadão – Tem vírus nas minhas roupas? 

Universidade Estadual de Londrina (UEL)Estudo comprova eficiência das máscaras 100% de algodão 

Live da ABITFernando Pimentel bate um papo com Dr. Gonzalo Vecina, professor na Faculdade de Saúde Pública da USP 


1 comentário
  1. Helenice Florentino
    Helenice Florentino says:

    Os formadores de opinião tem que tomar muito cuidado quando falam de eficácia das máscaras. Não é apenas a eficiência de retenção de partículas que conta, existem muitos outros parâmetros. Estes materiais que você listou não passam nos critérios estabelecidos:
    a sacola do aspirador de pó (95%)
    o pano de prato (83%) (este teste foi feito com pano de prato ingles, que é um tecido atoalhado)
    https://youtu.be/-UPMzhOkZ0A

    Responder

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