É possível apoiar o “julho sem plástico”, falando de tecidos?
O movimento Julho sem Plástico surgiu em 2011, na Austrália, como uma iniciativa do Earth Carers Waste Education para incentivar a conscientização e a diminuição do uso de plásticos. Com indicações pertinentes da nossa atualidade, a data foi adotada no mundo todo rapidamente e, na perspectiva nacional, não foi diferente. O Brasil teve uma movimentação importante, principalmente, de pequenas empresas engajadas com a temática da sustentabilidade, somada ao viés educacional, que é fundamental nesse assunto.
Mas, para além do óbvio sobre a redução de plásticos, hoje, vamos falar daquele plástico que tem cara de roupa (e de fato é) e seus impactos, especificamente, no pós-venda, ou seja, aí na sua casa.
“Os microplásticos são onipresentes no ambiente e foram detectados em água marinha, esgoto, água doce, na comida, no ar e na água potável, tanto na engarrafada quanto na água de torneira.”
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)
Microplásticos são pequenas partículas de 1 até 5 milímetros, geradas a partir da degradação de componentes plásticos. Eles representam um problema ambiental que atravessará gerações, caso não encontremos soluções eficientes para sua gestão (do que já foi gerado), mitigação (do que ainda virá a ser produzido) e conscientização do uso adequado em situações indispensáveis, como, por exemplo, hospitais.
O tempo de decomposição desse material é, em média, de 450 anos, então podemos considerar que os plásticos gerados, no ano de sua criação 1862, ainda existem e estão espalhados mundo afora.
Mesmo depois da descoberta de seus impactos ambientais, sua cadeia de reciclagem atual é ineficiente, não acompanha a demanda e ainda representa riscos físicos, químicos e biológicos quando o material é descartado incorretamente. Por isso, o plástico gera grandes problemas ao meio ambiente e, principalmente, aos animais marinhos que se alimentam e convivem com esses resíduos, que acabam tendo seu fim, majoritariamente, em mares e rios.
E o que isso tem a ver com o universo têxtil?
A geração de microplásticos pode acontecer de diferentes maneiras, mas, hoje, vamos focar na temática têxtil que, nos últimos anos, tem uma demanda com crescimento em escalas preocupantes. Dados mostram seus impactos ambientais, não apenas na parte de manufatura (onde é alarmante as emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa), mas principalmente, no pós-venda.
A verdade é que apenas produtos feitos total ou parcialmente com fibras sintéticas geram esse tipo de resíduo ambiental. Quando lavados, o atrito faz com que as fibras soltem microplásticos, que passam pelo tratamento de esgoto e acabam com seu destino final nos oceanos.
Microplásticos são encontrados em algas no gelo do Ártico. A concentração de poluentes plásticos nas algas é 10 vezes maior do que nas águas.
Fonte: Revista Environmental Science & Technology
Mas o que podemos fazer enquanto consumidores para melhorar essa situação?
Recorrendo aos famosos “erres” da sustentabilidade, as principais ações seriam: Repensar, Reduzir e Recusar o consumo de produtos têxteis com esses materiais.
Conhecendo bem a composição dos produtos têxteis (leia sempre a etiqueta!), podemos repensar as nossas escolhas de consumo, para reduzir a compra de itens fabricados de tecidos sintéticos. Também devemos colaborar para diminuir esse impacto ambiental, não apenas pela manutenção que deixaremos de realizar nesses produtos, mas por estimular o crescimento de outros mercados que tenham maior aderência à sustentabilidade e priorizam a utilização de fibras naturais.
Aproveite para anotar essa colinha de fibras naturais que você deve procurar nas suas próximas compras:
- Algodão
- Linho
- Cânhamo
- Seda
Conheça também algumas marcas parceiras do movimento Sou de Algodão, que trabalham com produtos feitos com, pelo menos, 70% algodão:
E veja também como reduzir ou eliminar de vez as embalagens de plástico na sua empresa.
muito obrigada Adorei
Adorei a matéria. Conteúdo excelente