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algodão & sustentabilidade

Grandes conquistas e Covid-19: como foi o biênio do algodão brasileiro

18 de dezembro de 2020 | 0

O biênio 2019/2020, que celebrou os 20 anos da retomada da cotonicultura do Brasil, foi também o da pandemia da Covid-19, da redução do consumo mundial da pluma de 26 milhões para 24 milhões de toneladas e da preocupação com a falta de chuvas, às vésperas do plantio da safra 2020/2021.  

Mesmo neste cenário, celebramos os 20 anos da fundação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a conquista do segundo lugar no pódio dos maiores exportadores mundiais, com uma safra recorde de três milhões de toneladas. Estes foram alguns dos destaques na coletiva de imprensa da Abrapa, realizada virtualmente no início de dezembro para marcar o final da gestão de Milton Garbugio (MT) e o início da nova administração, em janeiro, liderada por Júlio Cézar Busato (BA).  

“Foi um biênio de grandes conquistas. Consolidamos o nosso movimento Sou de Algodão, que hoje já congrega 400 marcas parceiras, e abrimos o nosso escritório de representação em Singapura, como parte de uma ação estratégica de marketing internacional, em parceria com a Apex-Brasil, o projeto Cotton Brazil. Nos posicionamos como o maior produtor mundial de fibra licenciada pela BCI, com 36% de participação no montante global, e ainda estendemos o nosso programa Algodão Brasileiro Responsável – ABR– para as Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA), o elo que faltava para tornar potencialmente possível rastrear uma peça de roupa, desde o ponto de venda até a lavoura”, enumera Milton Garbugio. 

Garbugio celebrou também o maior índice de confiabilidade alcançado pelo programa Standard Brasil HVI – SBRHVI–, que padronizou as análises de algodão por instrumentos, o que considera um fator decisivo para a credibilidade e fortalecimento de imagem do algodão brasileiro ante o mercado. “Todas estas entregas são uma continuidade dentro do conceito maior, que fundamenta a Abrapa desde a sua criação, e que dividimos em quatro compromissos: qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção”, explica. 

Covid-19 e a safra 2019/2020 

De acordo com Milton Garbugio, os efeitos da pandemia na cotonicultura brasileira serão mais sentidos na próxima safra, que começa a ser plantada agora em dezembro.  

“Após a colheita, os efeitos da Covid-19 ficaram notáveis, principalmente, no escoamento da safra para o mercado externo. Isso porque a queda no consumo no ponto de venda teve impacto na indústria internacional, majoritariamente concentrada na Ásia  

O presidente ressaltou que, dos quase três milhões de toneladas produzidos, em torno de 550 mil toneladas ficam no país para abastecer a indústria nacional e o restante é exportado. O país plantou 1,6 milhão de hectares de algodão, na safra 2019/2020, com produtividade de 1,8 mil quilos de pluma por hectare. 

Como será 2021  

Os números para a safra 2020/2021 ainda são preliminares. O atraso nas chuvas no início da safra de soja, principalmente, no estado do Mato Grosso, é um fator de preocupação. “Isso porque 90% do algodão no Mato Grosso é de segunda safra. Ele é plantado simultaneamente à colheita da soja. O atraso no plantio da oleaginosa comprime a janela do algodão Mato Grosso. Apesar desse déficit de chuva no começo do ciclo, as previsões para este ano são de clima favorável, durante o desenvolvimento das lavouras, para a região Centro Norte do Brasil e ainda duvidosas para a Centro Sul, pela influência do fenômeno meteorológico LNiña.”, afirmou.   

Qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção do algodão brasileiro, segundo Busato, continuarão sendo o foco, “para fortalecer a credibilidade da fibra nacional, o que vai nos permitir conquistar e manter mercados, principalmente, lá fora”, disse.  

Júlio Busato cita ainda o projeto Cotton Brazil e o movimento Sou de Algodão como cruciais nesta missão. “Interna e externamente, nossa missão é mostrar para cada vez mais pessoas como produzimos, quem somos, o que pensamos e fazemos, transformando o know how, que adquirimos ao longo desses 20 anos, em valor para a nossa pluma”, concluiu. 

 

Artigo originalmente publicado em https://www.abrapa.com.br/ em 08/12/2020 

  


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