Terceiro colocado, Rodrigo Evangelista busca uma moda impactante
A final do 1º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores trouxe à passarela da 45ª Casa de Criadores seis coleções com propostas únicas e inspiradas. Rodrigo Evangelista quis impactar o público e os jurados – e conseguiu. Ficou entre os três primeiros colocados do concurso.
Paraibano de Campina Grande, o estilista de 24 anos começou na profissão quase por acaso. Perguntado se sua paixão pelo universo da moda surgiu desde cedo, ele corrige. “Na realidade, minha paixão mesmo sempre foi pela arte. Caí de repente no mundo da moda”. Ele cursava arquitetura, mas buscava outro lugar. “Eu pensava em mudar para o teatro, algo do tipo. Acabei cursando moda em Campina Grande e, ali sim, me apaixonei”, relembra.
Depois disso foi para São Paulo, onde mora há três anos, por conta da centralidade da cidade para a moda brasileira. “Comecei a cursar o IED (Istituto Europeo di Design), a fazer outros cursos, estudar mais… a cidade tem muitas opções”, diz. Foi na capital paulista que Rodrigo entrou em contato, de fato, com a Casa de Criadores e com o Movimento Sou de Algodão. Da Paraíba, ele acompanhava pelas redes sociais os eventos e novidades dos idealizadores do Desafio. “Foi pelas redes sociais, inclusive, que descobri sobre o concurso”, conta.
Para o estilista a participação no Desafio contou muito. “Achei maravilhosa a experiência. Foi a chance de mostrar meu trabalho para todo o Brasil”, avalia.
Rodrigo conta sobre o desfile final com carinho e satisfação. “O desfile foi a realização de um sonho, de desfilar uma coleção minha nesse grande evento. Muitas pessoas ali me ajudaram a criar a coleção com o patrocínio. A colaboração das marcas participantes foi incrível.”
O resultado? “Foi tudo exatamente como eu havia planejado. Eu quis mostrar uma imagem impactante com as criações”, diz o estilista, que iniciou a pesquisa sobre a coleção “FERAL” em novembro. “Para mim a parte principal é a pesquisa, primeiro de imagem, depois de texto, referências, materiais. A roupa é o detalhe que surge lá no final”, comenta, lembrando que, durante o processo, entrevistou e se aproximou da criadora da festa carioca que inspirou os looks, Eloína dos Leopardos, de 82 anos.
Conhecer a fundo o algodão mudou a percepção de Rodrigo, que não tinha feito uma coleção focada na pluma. “Eu tinha receio de que ele daria sempre a impressão de ser um material necessariamente artesanal, mas não é isso. Existem muitas formas de trabalhar e beneficiar a fibra. É uma matéria-prima muito versátil e pretendo continuar usando”, diz.
“Eu esperava o primeiro lugar porque a coleção estava linda, maravilhosa”, confessa, arrancando risos de si próprio e do entrevistador. Brincadeiras à parte, Rodrigo comenta que ficou extremamente feliz com o resultado e adiciona um fato muito importante sobre a final: sua família veio da Paraíba para prestigiar seu trabalho e muitos amigos estavam presentes.
Passado o Desafio, ele quer colocar em prática os planos: “O primeiro passo é me formar, que acontece no fim desse ano. Planejo estar na próxima edição da Casa de Criadores. Também já estou com encomendas depois do desfile, isso é ótimo. Quero começar minha marca e pensei em continuar trabalhando com encomendas porque acredito ser um modo muito prático e sustentável de produzir”, diz.
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