Reserva: a trajetória de inovação por trás de uma love brand
Rony Meisler, co-fundador da Reserva, fala sobre ser a primeira marca a participar do programa de rastreabilidade SouABR e como a inovação e marketing afiado têm norteado o posicionamento da empresa.
O pica-pau presente nas camisetas da Reserva já ganhou uma espécie de estrelato entre o público masculino consumidor de moda. Hoje, uma das maiores varejistas do segmento na América Latina é um case de sucesso de empreendedorismo, associando à marca valores como sustentabilidade, humanização e positividade.
Um dos mais recentes passos da empresa foi a adesão ao programa SouABR (sigla para Algodão Brasileiro Responsável), uma iniciativa inédita no Brasil que rastreia peças de roupas. Através de um QR Code e da tecnologia Blockchain, o cliente tem acesso a todos os elos da cadeia produtiva daquele item e garantia de origem responsável do algodão. A Reserva foi a primeira marca a aderir ao programa. Além disso, é a 500ª marca parceira do movimento Sou de Algodão, o que reforça seu posicionamento de transparência e em prol do consumo consciente.
Conversamos com Rony Meisler, sócio-fundador da Reserva, que falou sobre a trajetória percorrida de 2004 até aqui e como a empresa tem se comprometido em gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente.
SdA – Rony, em 2004, quando a Reserva nasceu, a moda masculina não era o que é hoje. Qual o papel de vocês nessa evolução entre design, propósito, identidade e conscientização no consumo desse público?
RM – A história da Reserva começou em 2004. Eu era engenheiro de produção, e meu sócio e amigo, Fernando Sigal, era publicitário. Estávamos na academia quando percebemos que na mesma sala cinco homens vestiam exatamente o mesmo modelo de bermuda. Mesmo não tendo nenhuma relação ou interesse específico em moda, percebemos a latente demanda do mercado de moda masculina. De lá para cá, a moda masculina mudou muito e evoluiu. Enxergo como fundamental o papel da Reserva em trazer personalidade e inovação desde o início. Isso fez com que os nossos consumidores se apaixonassem pela marca e pelo propósito. Hoje, podemos dizer que nosso público tem um consumo consciente e que desde que começamos a comunicar o Capitalismo Consciente no Brasil vimos uma enorme mudança no comportamento de consumo.
SdA – Apostar em rastreabilidade e na origem da sua matéria-prima pode ser considerado uma iniciativa corajosa da marca?
RM – Com certeza. No mercado da moda que ainda é marcado por sérios problemas de diversos âmbitos na cadeia de produção, apostar na rastreabilidade e origem é mostrar que somos transparentes e que queremos conhecer de perto cada etapa da produção da roupa que entregamos para o nosso cliente, que está cada vez mais preocupado com isso.
SdA – Como você avalia o impacto que o SouABR pode ter no seu público e na trajetória da marca?
RM – Ser uma empresa melhor para o mundo é o maior objetivo da Reserva. Em 2017, passamos a fazer parte do movimento Capitalismo Consciente. Em 2020 conquistamos a certificação de Empresa B e, no ano de 2021, nos tornamos a 500ª marca parceira do movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Dando mais um passo nessa jornada, nos juntamos novamente à Abrapa para ser a primeira marca no programa Sou de Algodão Brasileiro Responsável (SouABR)
Prevejo um grande impacto com esse lançamento, não só para a nossa história, mas também para todo o mercado. Esperamos que a Reserva possa servir de exemplo para outras marcas e grandes grupos brasileiros.
Se o conselho é bom, o exemplo arrasta. Quanto mais verdadeiramente nos envolvemos para escutar, aprender e realmente compreender os problemas das pessoas, mais construiremos boas soluções para as suas vidas e, por consequência, também para os nossos negócios. Que o exemplo da Reserva arraste a multidão de bons(as) empresários(as) da moda nacional.
SdA – A Reserva preza muito por um posicionamento claro em relação a questões sociais e comportamentais. Por que essa decisão e como têm lidado com os “haters”?
RM – Em tudo nessa vida há promotores e detratores. Nós temos o orgulho de dizer que a Reserva está preocupada em ser uma marca sustentável, inovadora e que abraça causas importantes. Claro, sempre ouvimos o que as pessoas têm para dizer, mesmo que de forma negativa com senso crítico, pois assim, usamos isso como uma forma de construir um ambiente melhor de mercado e social.
SdA – Hoje, a Reserva é uma referência de mercado quando o assunto é identidade corporativa e marketing. Como essa questão tem sido construída empresarialmente ao longo desses anos?
RM – A Reserva já nasceu com uma identidade única. Sempre colocamos nossas crenças em tudo que fazemos. Além disso, temos um time fenomenal e criativo que faz tudo acontecer, principalmente no marketing. Um exemplo é quando a nossa loja do Jardins, em São Paulo, foi assaltada e usamos os vídeos dos assaltantes para falarmos que estávamos em liquidação. A ação foi um sucesso e todos os veículos de comunicação noticiaram a campanha.
SdA – Vestir homens é diferente de vestir mulheres, na sua opinião? Exige algum tipo de estratégia específica?
RM – Quando eu olho novamente para a primeira bermuda que a gente produziu, lembro que pouquíssima gente focava no consumidor, sobretudo, no mercado de moda. Nosso verdadeiro objetivo criativo era usar tecnologia para criar uma experiência inovadora e inesquecível para o nosso cliente. A roupa tinha que ser incrível, mas como iríamos entregar essa roupa tinha que ser ainda mais incrível, a experiência. Lá no começo, isso era muito importante para vestir homens que, até então, estavam acostumados com uma relação de consumo na moda muito pouco inovadora. E hoje, isso é importante tanto para vestir homens, quanto para vestir mulheres. A moda é importante para ambos.
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