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algodão & sustentabilidade

Como o Algodão Brasileiro Responsável estimula a sustentabilidade na fazenda

26 de maio de 2021 | 1

A evolução do programa ABR mostra o comprometimento do algodão com a sustentabilidade desde a produção agrícola. Entenda como é esse processo e por que escolher algodão é optar pela responsabilidade. 

A sustentabilidade entrou, definitivamente, para a pauta de governos, entidades e corporações do mundo todo. Com a marca do pioneirismo, o setor algodoeiro foi um dos primeiros a se preocupar com a questão no Brasil e incentivar boas práticas socioambientais a partir do lançamento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, completa 10 anos, com comprometimento crescente do produtor brasileiro: saímos de 47% de certificação da produção nacional em 2011/12 para 75% na safra 2019/20, com previsão de ampliação no ciclo 2020/2021.

O ABR promove a gestão sustentável das fazendas por meio da evolução progressiva de boas práticas sociais, ambientais e econômicas. A certificação de cada unidade produtiva envolve o cumprimento de 178 itens, desde saúde, segurança e bem-estar do trabalhador até a proteção de nascentes e preservação dos biomas e do solo.  Na primeira safra de certificação, é exigida a conformidade mínima de 85% dos itens. O índice deve ser de 87% na segunda safra, 89% na terceira e 90% na quarta safra, sendo este o patamar a ser mantido para a obtenção de novas certificações. As auditorias são anuais, individuais e realizadas por empresas certificadoras de terceira parte.

Sou de algodão
Fibra cresce em torno do caroço e pode ter diversas utilidades, do vestuário à alimentação | Foto: Abrapa

Todo produtor brasileiro faz parte do programa ABR?

Embora voluntária, a adesão dos produtores cresce a cada safra, demonstrando o engajamento do setor. Na Safra 2019/2020, o volume de pluma certificada chegou a 2,2 milhões de toneladas, 8% superior ao ciclo anterior. A área certificada chegou a 1,24 milhão de hectares, para uma área total plantada de 1,66 milhão de hectares.

Entre as primeiras unidades produtivas certificadas do país estão as fazendas do Grupo Mizote, no Oeste da Bahia. que participam do programa Algodão Brasileiro Responsável desde sua implementação, na safra 2011/2012.

“Ser certificados pelo ABR traz benefícios não apenas para a imagem do nosso grupo, como também bons resultados operacionais. Com procedimentos adequados, tudo melhora: desde o clima organizacional até o funcionamento das atividades de rotina, com menos desperdícios e com funcionários satisfeitos, trabalhando melhor”, relata Paulo Mizote, presidente do grupo.

O grupo JHS também está entre os pioneiros do ABR . “A retidão das equipes do Programa ABR nas fazendas nos motiva a caminharmos juntos. Suas orientações trazem ganhos efetivos para toda a cadeia e para todos os profissionais envolvidos, gerando segurança, produtividade e equilíbrio ambiental dentro e fora da porteira”, diz Roland Van der Groes, gerente do grupo.

Luana Boff, proprietária da Fazenda Indaiá, localizada em Chapadão do Sul (MS), destaca o apoio da Abrapa e da associação estadual na implementação de boas práticas no campo. “A parceria entre Abrapa e Ampasul nos possibilita, diariamente, um auxílio e monitoramento, a fim de atingir a excelência na produção sustentável, pelos pilares ambiental, social e econômico”, afirma.  Na busca do equilíbrio ambiental e social, a Indaiá trabalha com agricultura de precisão, plantio direto, diversidade de cultivares e integração de lavoura-pecuária. “Proporcionamos uma boa qualidade de vida aos colaboradores e seus familiares e buscarmos aprimorar diariamente a segurança no trabalho”, conta Luana.

Haroldo Cunha, cotonicultor em Goiás e presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), aponta o compromisso com a sustentabilidade como um diferencial da pluma brasileira no mercado internacional. “Se hoje somos o quarto maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo, o Programa ABR tem um papel decisivo em todo este processo”, salienta.

Itens de sustentabilidade são aplicados desde o plantio até a colheita do algodão | Foto: Abrapa

A fazenda é o início de uma cadeia consciente

As boas práticas evoluíram com o programa. Marco Antonio Gonçalo dos Santos, coordenador operacional do IMAmt – braço tecnológico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) – atua na orientação aos produtores no processo de certificação desde a primeira safra ABR.  “No início, havia um desconhecimento de como aplicar a legislação. Os produtores achavam que seria muito complicado, tinham receio de receber as equipes técnicas”, conta Santos. “Hoje a cultura mudou bastante, a maioria já fez o dever de casa. O programa proporciona tranquilidade ao produtor”, avalia.

Essa também é a avaliação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, uma das certificadoras responsáveis pelas auditorias e emissão do certificado ABR. De acordo com o coordenador de Certificação de Sistemas de Gestão da ABNT, Antonio Simões Parente, as auditorias realizadas ao longo dos anos identificaram a evolução na gestão das unidades produtivas “Pudemos perceber, também, a busca pela eficiência, pela competitividade, pela prática da responsabilidade social nas lavouras de algodão. Isto resulta na construção de uma boa imagem dos produtores e de um diferencial, assegurando a sua permanência no mercado globalizado”, afirma Parente.

Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, o comprometimento dos produtores brasileiros com melhoria contínua e práticas sustentáveis tende a ser revertido em maior rentabilidade. É uma questão de tempo. “Trabalhamos intensamente para mostrar ao mundo que somos o maior produtor de algodão responsável do planeta e agregar valor à pluma brasileira”, destaca Busato.

Programa brasileiro atua em parceria com ONG internacional

Desde 2013, o programa Algodão Brasileiro Responsável atua em benchmarking com a  Better Cotton Iniciative (BCI), uma organização não governamental global que reúne em seu conselho de administração as principais marcas mundiais – como Nike, Adidas, Ralph Lauren, Levis, H&M, entre várias outras – e promove a adoção de práticas sustentáveis no processo produtivo do algodão. Em 2019, o Brasil se tornou o maior fornecedor de algodão responsável do mundo, contribuindo com 36% de toda a fibra Better Cotton produzida e comercializada.

O ABR e a BCI se norteiam pelos mesmos princípios: conscientização e orientação de toda a cadeia produtiva e comercial do algodão sobre a importância de relações trabalhistas justas e da responsabilidade ambiental no campo. Coordenado nacionalmente pela Abrapa e implantado pelas associações estaduais de produtores, o benchmarking ABR/BCI é um fator de diferenciação da fibra brasileira.

A adesão do produtor ao BCI é opcional. O protocolo de verificação de sustentabilidade dos dois programas abrange requisitos da legislação nacional e internacional, divididos em oito critérios: (1) contrato de trabalho; (2) proibição de trabalho infantil; (3) proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas; (4) liberdade de associação sindical; (5) proibição de discriminação de pessoas; (6) segurança, saúde ocupacional e meio ambiente do trabalho; (7) desempenho ambiental; (8) boas práticas agrícolas.

Confira a evolução das certificações ABR e BCI no Brasil:

tabela 28.png

Como o produtor pode obter a certificação ABR e o licenciamento BCI?

A temporada de adesão ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para a safra 2020/2021 já está aberta. Para participar, o produtor deve procurar a associação estadual filiada à Abrapa correspondente ao seu estado https://www.abrapa.com.br/Paginas/Associadas.aspx.  Após preenchimento do Termo de Adesão ABR (TA), a equipe técnica da associação estadual agenda com o produtor ou grupo uma visita à unidade produtiva aderida, para que sejam verificados todos os itens necessários para que a propriedade seja orientada sobre a situação real em relação aos requisitos para certificação.

A partir da visita de diagnóstico, o produtor definirá, com os técnicos da associação estadual, o plano e o prazo para as eventuais correções necessárias, de forma a obter a certificação ainda na mesma safra. A última etapa é a auditoria externa independente, de terceira parte e acreditada internacionalmente, agendada pelos próprios técnicos das associações estaduais.

 

 


1 comentário
  1. Maria vitoria Da Silva lira
    Maria vitoria Da Silva lira says:

    Eu trabalhei muito com algodão,sou apaixonada por esse trabalho, más enfelizmente veio o bicudo acabou com a nossa alegria, ficamos sem o algodão, eu gostaria de saber se em Alagoas, existe comércio de venda de algodão,meu desejo é. Plantar algodão, m, v, s, l, campo grande Al,

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