
David Lee e a moda brasileira: criando estilo com responsabilidade
Se tem um nome que traduz a moda brasileira com inovação e identidade, é David Lee. Seu olhar para a alfaiataria contemporânea vai além do corte e da costura — ele traz uma estética ousada para o vestir, onde tradição e modernidade andam juntas, sempre com um toque de feito à mão e compromisso real com a sustentabilidade.
Não é à toa que grandes personalidades nacionais já vestiram as criações desse cearense, que valoriza a brasilidade nos mínimos detalhes. Desde as cores vivas e marcantes de seus looks até os acabamentos, texturas e fibras naturais, tudo em seu trabalho carrega um significado especial.
Parceiro de longa data do movimento, David brilhou ao nosso lado na edição N56 do SPFW — lembra? Foi quando comemoramos os 150 anos do jeans, mostrando que o “ouro azul”, como diria Paulo Martinez e Bob Wolfenson, não tem nada de básico ou sem graça. Seu impacto vai muito além das passarelas.
David constrói narrativas, provoca reflexões e deixa a gente babando toda vez que suas peças mostram a potência da moda brasileira. E, como fãs de carteirinha desse estilista incrível, o convidamos para um papo sobre tudo isso e muito mais. Vem conferir!
Moda brasileira, identidade e sustentabilidade: a visão de David Lee
SDA. O que levou você a conectar moda, identidade brasileira e sustentabilidade no seu trabalho?
DL: Acredito que a moda brasileira tem uma identidade própria e relevante, que precisa ser reconhecida, especialmente em um contexto internacional. A sustentabilidade sempre esteve presente no meu trabalho porque sempre a enxerguei como um pilar essencial. Hoje, nenhuma marca pode ignorar essa responsabilidade — é fundamental ter um compromisso com o design e com os impactos das nossas criações.
Além disso, dentro desse contexto de identidade brasileira, é necessário exaltar nossa cultura. Muitas vezes, olhamos para a moda europeia como referência, mas a moda brasileira tem um valor histórico e cultural imenso! Essas conexões entre identidade, sustentabilidade e cultura são essenciais no meu trabalho.
SDA. Como você equilibra inovação, qualidade e responsabilidade social em suas criações?
DL: Para mim, esses pilares — inovação, qualidade e responsabilidade social — são muito naturais porque fazem parte dos valores que guiam o meu trabalho, como ética e transparência. Claro que é sempre desafiador, pois a moda envolve muitas pessoas e processos, mas tento me manter atento ao ciclo produtivo como um todo.
Se perceber que algum fornecedor ou parceiro não está alinhado com os meus princípios, eu corto. Esse cuidado contínuo é essencial para garantir que meu trabalho mantenha sua coerência e impacto positivo.
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SDA. Se você pudesse escolher um personagem histórico para vestir, quem seria e por quê?
DL: O primeiro nome que me vem à cabeça é Leonardo Da Vinci. Ele foi um gênio multidisciplinar, contribuindo para áreas como ciência, arte e design. O que mais me fascina nele é sua capacidade criativa e a forma como solucionava problemas – algo que está diretamente ligado ao design e à moda.
Não sei em qual momento da história ele vestiria David Lee, mas acredito que seria uma troca enriquecedora. Sua curiosidade infinita e sua forma de pensar me encantam, e eu adoraria ter a oportunidade de dialogar com ele sobre processos criativos.
SDA. Qual foi a descoberta mais inesperada ao trabalhar com o algodão?
DL: Sempre tive um carinho especial pelo algodão. Para qualquer designer de moda, essa fibra é uma das primeiras com as quais se tem contato e sempre a incorporei ao meu trabalho, de forma muito natural.
As minhas maiores descobertas foram perceber a grandiosidade da cadeia produtiva do algodão no Brasil e entender que o algodão brasileiro é muito mais do que uma matéria-prima, é um símbolo da nossa cultura e economia. Muitas vezes, falamos sobre os processos produtivos de outros países, mas é essencial destacar a riqueza e a estrutura que temos aqui. O movimento Sou de Algodão desempenha um papel fundamental para trazer mais visibilidade para esse contexto.
SDA. Como você enxerga o legado da sua marca daqui a 50 anos?
DL: Tenho uma visão muito otimista da vida e isso se reflete no meu trabalho. Daqui 50 anos, gostaria que minha marca ainda estivesse associada a essa energia positiva — um trabalho que inspira alegria e otimismo. Acredito que a moda tem esse poder de nos transportar para outros lugares, de nos anestesiar sobre as dificuldades do mundo e de gerar emoção.
Além disso, desejo que meu legado seja marcado pela atemporalidade e qualidade. Quero que minhas criações continuem relevantes, não apenas no sentido estético, mas também como um reflexo do compromisso com a sustentabilidade e a valorização da moda brasileira.
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Conheça mais sobre o trabalho do estilista parceiro David Lee nos seus canais oficiais: @davidleeoficial e davidlee.com.br.
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