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releases / Sou de Algodão e C&A lançam segunda coleção de jeans rastreáveis pelo Programa SouABR

sou de algodão | 1 de março de 2024

Evento teve mediação da jornalista Maria Prata e contou com a presença de jornalistas, formadores de opinião e representantes da cadeia produtiva

Na última terça-feira, 27, aconteceu o talk de lançamento da segunda coleção de jeans rastreáveis da C&A em parceria com Sou De Algodão via programa SouABR (Algodão Brasileiro Responsável). Realizado no Denim City SP, o evento contou com a mediação da Maria Prata, jornalista com formação em moda, e teve a presença de Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do movimento Sou de Algodão, como uma das painelistas. Com o tema “Rastreabilidade por blockchain e o futuro da moda”, mais de 60 convidados entre jornalistas e membros de toda a cadeia produtiva do algodão, do campo até a varejista, marcaram presença.

A mesa redonda contou com especialistas de moda, comportamento e rastreabilidade. As outras painelistas foram Cyntia Kasai, Gerente Executiva de ESG e Comunicação Corporativa da C&A Brasil, Camila Gadioli, Gerente de Departamento Feminino e Jeanswear na C&A Brasil, Sandra Heck, cofundadora e presidente do iCoLab (instituto sem fins lucrativos focado em soluções blockchain), e Andréia Meneguete, consultora de branding e membro do Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo da USP.

O talk iniciou com uma contextualização de Maria Prata: segundo a consultoria Nielsen, 42% dos consumidores brasileiros já buscam formas de diminuir o impacto negativo ao meio ambiente causado por seus hábitos de compra. Na sequência, Silmara apresentou como o SouABR vem ao encontro deste cenário, explicando que se trata de uma inovação na cadeia de moda brasileira. Por meio da tecnologia blockchain, o programa garante a transparência da jornada de produção de cada peça, desde o plantio do algodão com certificação socioambiental até o guarda-roupa das consumidoras entregando transparência para o consumidor.

Complementando o tema, Cyntia falou sobre as motivações que levaram a C&A a se associar ao SouABR, que giraram em torno da produção de uma moda com impacto positivo e democrática.

Um dos pontos altos do evento foi a exibição de um vídeo produzido com os representantes de produção de toda a cadeia presente na segunda coleção de jeans feminino rastreável lançada pela C&A, desde as fazendas de algodão até à indústria têxtil. Participaram do vídeo Carolyne Martignago, da Agropecuária Três Estrelas (MT), Valdir Jacobowski, da Jacó Agro (MT), Ana Paula Franciosi, da Franciosi Agro (BA), Marcelino Flores, da Fazenda Sete Povos (BA), Laerte Baechtold, do Grupo Serrana (BA), Bárbara Farias, da Santana Textiles (CE), e Gabriele Ghiselini, da Emphasis (SP).

A procura do consumidor por uma moda mais responsável

A pesquisa Future Consumer Index, da EY, entrevistou cerca de 21 mil pessoas de 27 países diferentes no semestre passado. Em relação ao consumo, 46% apontaram que estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de maneira sustentável, e 68% tomam decisões de compra com base no impacto ético de um produto ou serviço.

Ao trazer esses dados para a palestra, Andreia Meneguete pontuou que a produção e o consumo de uma moda mais responsável não se dá apenas pelo desejo do consumidor; é um trabalho que envolve também a comunicação. “A sustentabilidade é complexa, assim como o mundo. Então, os consumidores estão ali, ajudando a gente a treinar. Eles estão ficando mais exigentes, e vamos ter cada vez mais programas satisfatórios como o SouABR. É um desafio que está relacionado com outras coisas além do produto e da cadeia; ele envolve as pessoas, os formadores de opinião, os estudiosos e os pesquisadores”, afirmou.

Para Camila Gadioli, a resposta está na colaboração e na cooperação. “A C&A tem em seu DNA esse processo de buscar uma moda mais responsável, e o jeans é uma categoria pioneira dentro desse lugar. A rentabilidade veio justamente para mostrar para o cliente final todo esse processo da produção de uma roupa que não é simples, não é fácil e não é barata. E apesar de fazermos esforços para conseguir entregar uma moda justa para o nosso consumidor final, nós impactamos muitos clientes todos os dias nas nossas lojas. É um trabalho com muitas etapas para conseguir entregar isso de uma forma cada vez mais acessível, considerando toda a responsabilidade ambiental e social que vem por trás na construção de uma roupa”, reiterou.

Os números da Abrapa também foram tema

Durante a conversa, Silmara Ferraresi também destacou dados importantes envolvendo a safra da certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e a produção de peças rastreáveis SouABR.

Na temporada 2022/2023, os números da safra ABR consistiram em 82% da safra certificada; 82 municípios; 374 unidades produtivas, sendo 233 apenas em Mato Grosso e 79 na Bahia, e 2,55 milhões de toneladas certificadas. No acumulado de outubro de 2021 a dezembro de 2023, o SouABR envolveu 50 fazendas, 44 produtores e 27.739 fardos de algodão ABR e 2.119.920kg de fios rastreados ABR.

Já em relação à nova coleção de jeans feminino rastreável lançada pela C&A, os dados apontam a confecção de 2.500 peças de dois modelos de calças, o Jeans Boot Cut Cintura Média (1.300 peças) e o modelo Jeans Wide Leg Relaxed Cintura Alta Gancho Deslocado (1.200 peças), pela Emphasis (SP). A produção envolveu 5 fazendas, 243 fardos de algodão, 2207,23 kg de fios da fiação Santana Textiles e 3.713,40 metros de tecidos da tecelagem Santana Textiles. Juntas, essas unidades produtivas de algodão e indústrias somam 1.757 empregados.

O uso do blockchain

O SouABR é o primeiro programa de rastreabilidade por blockchain da indústria têxtil brasileira com algodão em larga escala. Com o objetivo de oferecer total transparência ao público sobre a origem das roupas que consome, a leitura de um QR Code na peça de roupa permite ao verificar as informações de produção do algodão daquela peça. “O SouABR está pavimentando o caminho para uma indústria têxtil mais ética, transparente e responsável no Brasil, demonstrando que a moda e o consumo conscientes podem andar de mãos dadas”, afirmou Silmara.

Segundo Camila Gadioli, que gerencia o Departamento Feminino e Jeanswear na C&A Brasil, o jeans tem extrema relevância para o faturamento e representatividade dentro da marca, e acaba por ser a cadeia mais estruturada da C&A. “A produção de jeans é uma das cadeias que mais poluem atualmente, então tomamos a decisão de mudar esse cenário e sermos mais responsáveis não só com o meio-ambiente, mas também com quem produz a roupa. A rastreabilidade por blockchain vem para concluir esse ciclo”, contou.

O futuro do Programa SouABR

Com o lançamento da primeira coleção rastreável SouABR em 2021, Silmara Ferraresi afirma que os maiores desafios para os próximos anos são a padronização de dados e a mudança de processos. “O caminho é longo, mas nós provamos que é possível. É preciso que toda a cadeia têxtil tenha um comprometimento, e o desafio de SouABR não é só de números, de entregar peças rastreadas e de mostrar o certificado das fazendas. É mostrar o que fazemos de melhor, dentro do país, evidenciando o comprometimento que temos com as pessoas e com os trabalhos que geramos”, declarou Silmara.

 

Sobre Sou de Algodão

Movimento criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva e têxtil, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos e certifica 82% de toda a produção nacional de algodão.