releases / Sou de Algodão Conecta promove terceiro webinar para marcas parceiras
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Com participação da apoiadora institucional Ecomaterioteca, o tema ‘tecidos responsáveis’ foi escolhido, pensando na demanda dos consumidores pela busca de produtos mais sustentáveis.
O terceiro webinar Sou de Algodão Conecta, promovido pelo Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), aconteceu ontem (17/02), por meio da plataforma Zoom, exclusivamente para marcas parceiras, com a temática abrangendo a demanda das empresas por tecidos responsáveis e produtos mais sustentáveis.
A apresentação foi realizada pela Ecomaterioteca, um acervo itinerante no qual são reunidos, catalogados e classificados materiais têxteis, com a intenção de fomentar práticas sistêmicas de produção de vestuário e acessórios de moda. O foco foi o registro do aumento na procura do consumidor por mais sustentabilidade nas roupas. Nesse cenário, o encontro reforçou a importância de que a cadeia têxtil incorpore práticas responsáveis em seus processos e produtos. Com o intuito de auxiliar marcas e a indústria na escolha de matérias-primas e incentivar uma moda mais consciente, o projeto organizou uma biblioteca de tecidos de origem responsável.
A apoiadora institucional do movimento, compartilhou sua expertise no desenvolvimento de um critério para organizar os tipos de tecidos. Em 2016, perceberam que muitos designers gostariam de criar produtos utilizando materiais sustentáveis, mas não eram conhecidos e não estavam catalogados. Pensando em transformar a indústria da moda, a Ecomaterioteca criou um sistema para catalogar e classificar as matérias-primas, tornando-se um apoio para os criadores.
O webinar foi apresentado por Gabriela Leite Marcondes Schott, CEO da Ecomaterioteca e designer de moda, que iniciou sua participação, dizendo, como premissa, que todos os tecidos que fazem parte do acervo, precisam ser fabricados e comercializados no Brasil. Denise Frade, diretora criativa da Ecomaterioteca e colaboradora do blog Sou de Algodão, também participou da conversa e comentou que, quando lançaram a iniciativa no Museu da Moda, em 2016, as pessoas ficaram impressionadas, com a grande diversidade de tecidos responsáveis, que podem ser maleáveis e coloridos. “Foi a partir desse momento que entendemos a necessidade de as pessoas conhecerem todos os tipos de tecidos”, reforça.
Elas explicaram que as indústrias começaram a procurá-las para entender o que elas próprias fabricavam, se eram tecidos ecológicos ou sustentáveis, por exemplo, e, por isso, passaram a trocar ideias e experiências, além de orientações, para poderem definir os critérios do catálogo.
Gestão mais sustentável
Pensando sobre uma gestão em que as marcas precisam entregar mais responsabilidade aos consumidores, Denise afirma que é possível criar coleções sem gerar resíduos. “A indústria de confecção precisa dispor de processos produtivos mais eficientes e limpos, além de modelos mais inovadores para atender as demandas de maneira mais competitiva e sustentável a longo prazo”, finaliza. Para poder entregar essas questões, as representantes da Ecomaterioteca afirmam que é possível começar fazendo pequenas mudanças, com metas alcançáveis e tangíveis.
De acordo com a proposta apresentada, é importante começar com os seguintes passos: ter propósito, conhecer o mercado e escolher um nicho para empreender, tendo diferentes modelos de negócios; pesquisa e seleção de matérias-primas e fornecedores da indústria nacional; processo produtivo eco-eficiente, priorizando a abordagem sobre modelagem, corte sem desperdícios e costura alternativa; terceirização e rastreabilidade do processo produtivo; gestão dos resíduos têxteis terminais; processo criativo com design de superfície têxtil; comunicação de valor, identidade, propósito e posicionamento da marca.
Outro ponto abordado durante o webinar Sou de Algodão Conecta foi de que é possível saber como as pessoas vão consumir a moda. “Nós temos que pensar que as pessoas buscam por um impacto positivo, representatividade, transparência, consciência, causa, valor e sustentabilidade e responsabilidade. As marcas deveriam se alinhar com os valores pró-sustentabilidade e contar histórias verdadeiras”, reforça Gabriela.
Segundo a CEO da Ecomaterioteca, atualmente são mais de 800 amostras de artigos diferentes, entre tecidos, fios, embalagens, botões, etiquetas, que são catalogadas e classificadas entre biodegradáveis, ecológicos, orgânicos e sustentáveis de mais de 40 indústrias têxteis nacionais parceiras. “Essas empresas podem transitar em mais de uma categoria de tecido, podendo estar em todas as nossas classificações. Colocamos os selos e certificados, entregando transparência, rastreabilidade e comprovação que a tecnologia foi corretamente aplicada”, explica Gabriela.
Tipos de tecidos
Conforme estipulado pela Ecomaterioteca, os tecidos responsáveis são classificados em quatro categorias: biodegradáveis, são feitos de matérias-primas que se decompõem em menos de três anos após o descarte correto, como a poliamida biodegradável, por exemplo; o ecológico, que tem fios produzidos com o menor impacto ambiental, como baixa economia de água e energia, menor uso de matéria-prima virgem e consumo de produtos químicos; os tecidos sustentáveis, que são derivados de materiais reciclados, sem uso de água e zero emissão de carbono, por exemplo, como os que vêm da garrafa PET; orgânico, no qual é necessário ser produzido com fios naturais e saudáveis de manejo responsável; e, por último, existem os tecidos biotêxtil, que é feito a partir de células vivas ou microrganismos como colônias de bactérias e fungos.
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A Ecomaterioteca
O principal objetivo é democratizar o conhecimento, a pesquisa e a inovação em sustentabilidade. Os serviços disponibilizados são consultoria, mentoria, curadoria têxtil, oficinas, cursos, palestras e venda de kits para teste. “Estamos alinhados com as políticas da ONU em sua agenda para 2030, pois suas ações caminham para levar a sociedade ao consumo mais consciente e responsável, ao reaproveitamento e à reciclagem dos resíduos, promovendo o bem-estar para todos, na medida em que isso se reflete na gestão dos recursos do planeta”, explica Gabriela.
Sou de Algodão Conecta
Além de demonstrar a versatilidade da fibra, o movimento é um ambiente propício para novos negócios e aprendizados. Com este objetivo, foi lançado em agosto de 2021, o Sou de Algodão Conecta, uma iniciativa para integrar, nivelar o conhecimento sobre o algodão e a responsabilidade da cadeia, e promover a colaboração.
Sobre Sou de Algodão
É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, com 85% da produção com a certificação ABR.