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releases / Modelos trans e travestis são estrelas do novo editorial de moda do Movimento Sou de Algodão

sou de algodão | 14 de maio de 2021

Looks foram feitos sob medida para cada modelo, por estilistas e tecelagens parceiras do Movimento

O Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), está com um novo editorial de moda. Previsto para ser lançado no final do mês de maio, o projeto será apenas com modelos trans e travestis e tem o intuito de celebrar o mês da visibilidade trans, comemorado no dia 15 de maio. Nessa mesma data, em 1992, nasceu a Associação de Travestis e Liberados (Astral), no Rio de Janeiro, se tornando a primeira organização não governamental do tipo na América Latina. E a partir disso, foi a base para a criação do Movimento Nacional de Travestis e Transexuais.

Além dessa celebração, o Movimento busca valorizar a democratização do uso do algodão brasileiro. “Sempre acolhemos e abraçamos toda a diversidade de públicos, e isso faz parte da nossa essência. Historicamente no movimento, sempre tivemos a presença da diversidade, promovemos a inclusão. Acredito que a melhor forma de inclusão é tratar a diversidade como algo natural”, explica Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).

Todos os looks foram desenhados e confeccionados exclusivamente para cada modelo, com cores predominantes e inspiradas na bandeira trans. A contribuição será dos estilistas (lançados no 1º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores) e tecelagens parceiras do Movimento Sou de Algodão. São eles, respectivamente: Assumpta + Tear Têxtil, Dário Mittmann + Tecebem Têxtil, Mateus Cardoso + Covolan, Ateliê Fomenta + Capricórnio Têxtil, Rodrigo Evangelista + Teray Têxtil e Patrick Langkammer + Renauxview.

Croqui do Ateliê Assumpta para o editorial

Além disso, o fotógrafo e stylist responsável será Will Pissinini. Já os modelos fotografados serão: Mika Mattos, modelo, jornalista, baiana e que vem ganhando espaço no jornalismo nacional; Nick Navevaiko, modelo, palestrante e ativista das causas LGBTQIA+; Gabs Alice, trabalha como modelo e é a Miss T 2020, concurso de beleza voltado para travestis e transgêneros. Palestrante Ativista e EBANKER;

Abaixo, os modelos Athena Vox, fotógrafa, videomaker e embaixadora da pexels no Brasil; Kaique Theodoro, primeiro artista homem trans a cantar nas noites cariocas; e Sophia Rivera, escritora trans feminista, deram depoimentos sobre participar do editorial do Sou de Algodão.

Croqui do Ateliê Fomenta para o editorial

Athena Vox

“Achei curiosa a forma de como a produção partiu literalmente do zero, com os parceiros do Movimento Sou de Algodão criando looks especificamente para o editorial. Se me permitirem ser um pouco poética, as confecções com algodão existem há tanto tempo e mesmo assim ele sempre consegue se transformar e adaptar, sendo utilizado em novas técnicas e atendendo as frequentes demandas da moda. Não importa o formato, ele continua sendo a matéria prima de um material de extrema qualidade e refino”, finaliza Athena.

Kaique Theodoro

“Estar nesse editorial com tanta gente linda, para mim, é de certa forma abrir as portas da visibilidade para naturalização desses corpos e vivências trans. E o impacto disso? Bem, quando eu comecei minha hormonização eu não tinha referência nenhuma. Fiquei anos brigando com minha mente acreditando ser impossível ou até mesmo que eu fosse louco. Se nessa época eu tivesse contato com outro homem trans, mesmo que fosse através da mídia e/ou publicidade, eu conseguiria de certa forma me sentir representado de um jeito totalmente positivo”, explica o modelo.

Sophia Rivera

Ela acredita que a oportunidade de participar do projeto Sou de Algodão, marcado nessa temporada por um casting composto somente por pessoas trans e travestis, é bem significativo no sentido do que isso pode representar para o imaginário brasileiro, que põe as pessoas transvestisgêneres em um local de feiúra, como se o sinônimo de ser trans fosse ser uma pessoa feia, quando na verdade beleza deveria ser algo relativo e único, inclusive para a cisgeneridade.

Croqui do estilista Dario Mittman para o editorial

2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores

Os estilistas responsáveis pelos looks deste editorial, saíram da final do 1º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. E a segunda edição já está com as inscrições abertas. O projeto tem como objetivo dar oportunidade para os estudantes mostrarem toda sua criatividade e agora os interessados devem realizar as inscrições no portal www.soudealgodao.com.br/desafio, até o dia 15 de outubro de 2021, podendo ser projetos individuais ou em duplas. Além disso, os trabalhos poderão ser dos segmentos de moda masculina, feminina, alta costura, prêt à porter, fitness, homewear/loungewear ou streetwear.

Além disso, a divulgação dos semifinalistas, de cada região do Brasil, acontece no dia 29 de outubro e os grandes finalistas saberão o resultado no dia 24 de dezembro. Já o desfile presencial das coleções dos finalistas, avaliadas por jurados nacionais, acontecerá em maio de 2022.

Datas-chave do 2º Desafio Movimento Sou de Algodão + Casa de Criadores

– Inscrições: até 15/10/2021

– Seleção de semifinalistas: 29/10/2021

– Divulgação dos trabalhos finalistas: 24/12/2021

– Desfile presencial finalistas: mai/22

Sobre Sou de Algodão

É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 36% de toda a produção mundial de algodão responsável.